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Priorização eficaz nas tarefas para pilotos: dicas para o sucesso!



Por Comandante Bassani - ATPL/B-727/DC-10/B-767 - Ex-Inspetor de Acidentes Aéreos SIA PT. Email - voopessoal@gmail.com  - Fev/2025 - https://www.personalflyer.com.br/




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A priorização para pilotos é um processo dinâmico, intimamente ligado a diversos fatores, tais como: tomada de decisão (Decision-Making), habilidades aeronáuticas (Airmanship), consciência situacional (Situational Awareness), escolha, percepção do piloto (Pilot Perception), recursos de memória (Memory Aids), carga de trabalho (Pilot Workload) e gerenciamento de recursos da tripulação (Crew Resource Management).


Uma priorização eficaz envolve equilibrar velocidade e precisão, havendo, frequentemente, uma troca entre esses dois aspectos.

  • Quando a velocidade (ou imediatismo) é essencial, uma falha na priorização pode aumentar o risco ao atrasar tarefas críticas para além do ponto de recuperação útil.

  • Quando a precisão é essencial, uma falha na priorização pode resultar em erros latentes, baseados em análises ou suposições incorretas.

Exemplos:

  1. Um piloto pode priorizar incorretamente o ganho de altitude durante uma arremetida, em detrimento do ganho de velocidade, resultando em uma má gestão da atitude e configuração da aeronave, podendo até ocasionar um estol.

  2. Um piloto pode negligenciar uma segunda inspeção para verificar a presença de gelo e neve na aeronave ao final do tempo limite de espera, ao perceber que a autorização de decolagem está próxima. Isso pode levar à decolagem com asas ou superfícies de controle contaminadas e subsequente perda de controle logo após a decolagem.


Esses exemplos demonstram que uma priorização eficaz depende de conhecimento preciso, prática suficiente e utilização adequada de recursos, incluindo a divisão de tarefas. Esses aspectos podem ser aprimorados por meio de treinamentos eficazes.

A importância de equilibrar precisão e rapidez na priorização das tarefas depende da gravidade e imediatismo do risco potencial. Dessa forma, a compreensão e aplicação de avaliações de risco são essenciais para o gerenciamento das ameaças operacionais. Isso pode ser fortalecido por meio de uma atitude profissional baseada em vigilância, atenção e foco, a fim de manter a consciência situacional efetiva.

A capacidade de um piloto para priorizar tarefas pode ser diretamente afetada pela carga de trabalho, pela natureza e quantidade de ameaças e pela disponibilidade de recursos. Essas questões podem ser abordadas por meio de sistemas de gerenciamento organizacionais eficazes.

 

Recomendações para compartilhamento de tarefas


A Flight Safety Foundation (FSF) enfatiza a importância do procedimento de cabine estéril para garantir que os pilotos realizem apenas as tarefas essenciais durante fases críticas do voo. No briefing "Approach-and-Landing Accident Reduction (ALAR) Briefing Note 3.2 – Altitude Deviations", a FSF faz as seguintes recomendações para otimizar a priorização de tarefas e o compartilhamento de responsabilidades:


  • Reduzir tarefas não essenciais durante a subida e descida normalmente até o FL 100 ou 10.000ft nos EUA. Algumas companhias consideram os últimos 1.000 pés antes de atingir a altitude ou nível atribuído como um período de cabine completamente estéril;

  • Monitorar e supervisionar o funcionamento do piloto automático para garantir a correta estabilização na altitude autorizada e o cumprimento das restrições de altitude/nível e tempo;

  • Não planejar tarefas que impeçam a escuta das comunicações com o controle de tráfego aéreo (ATC), como a obtenção de informações automáticas de terminal (ATIS), chamadas da empresa ou anúncios aos passageiros;

  • Quando um dos pilotos estiver realizando outras tarefas (como chamadas da empresa) ou deixando a cabine de comando, o outro piloto deve:

    • Assumir formalmente a responsabilidade pela comunicação com o ATC e o controle da aeronave, conforme aplicável;

    • Ajustar o volume do rádio ou usar fones de ouvido, para garantir que as chamadas do ATC sejam claramente audíveis;

    • Dar maior atenção à escuta, confirmação e repetição de instruções, já que não haverá a conferência cruzada habitual;

    • Informar o colega de quaisquer mudanças nas instruções do ATC assim que ele retornar ao cockpit.


Essa lista de recomendações não é exaustiva, mas ressalta a importância do compartilhamento de tarefas (CRM) como uma parte fundamental da atividade da tripulação no cockpit. Um gerenciamento eficiente das tarefas permite que os pilotos concentrem sua atenção nas ações urgentes sem negligenciar outras tarefas igualmente importantes.

 

Fontes

Flight Safety Foundation

ICAO

FAA

Skybrary




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